POLITICAMENTE CORRETO #0002: O desinteresse da juventude pela política e um novo olhar – Paulo Marcelo

By Victor Rafael jun23,2023

A falta de compromisso na defesa do bem comum e o exercício de mandatos cada vez mais voltados para interesses pessoais, esquecendo o coletivo e sem pautas sociais na área da educação, geração de emprego e renda, e incentivo ao esporte e lazer são algumas das causas que provocam nos jovens a rejeição pela classe política, que ainda não aprendeu a se conectar com o jovem. Ela é burocrática e pouco convidativa.


A polarização não agrada aos jovens. É preciso também compreender o conceito de polarização, que se refere às diferenças de opinião entre atitudes políticas de extremos ideológicos, ou seja, ideias nas quais se acredita. Os governantes não falam a linguagem dos jovens. Um estudo comprova que os políticos são analógicos, mas a juventude é digital. Mais de 50% dos jovens se encontram entre os eleitores indecisos ou que pretendem anular o voto. E o discurso carrega um viés oposicionista. Como a maioria da população brasileira, 63% deles desejam mudança e acreditam que o Brasil está no rumo errado. Apesar disso, 72% consideram ter melhorado de vida. Eles querem mais: serviços públicos de qualidade, maior conectividade, acesso livre à banda larga e à tecnologia de ponta, sem abrir mão do poder de compra, nas palavras do autor do estudo, Renato Meirelles, do Instituto de Pesquisa Locomotiva.

Diante do cenário político atual, faz-se uma observação óbvia: não se veem jovens hoje ocupando vagas nas casas legislativas, que, em sua maioria, são filhos e netos da oligarquia que sempre comandaram a política brasileira, carregando desde o berço a marca de vícios como caciquismo, patrimonialismo, mandonismo, familismo, grupismo, fisiologismo e corporativismo. O país patina na continuidade da velha política, não registrando renovação de costumes políticos; ao contrário, trilhando os caminhos da perpetuação.

Os jovens devem estar cientes dos acontecimentos políticos em suas localidades (municípios) onde vivem. Não é aceitável que essa parte da sociedade tão inteligente, dinâmica e criativa seja relegada a planos secundários ou totalmente ignorada nos programas e projetos administrativos.

Não há outro caminho para aumentar a participação da juventude na política que não seja por meio da educação, sem doutrinas, mas sim pela conscientização de que, gostemos ou não, nosso futuro é decidido por meio da política. Platão já dizia em uma de suas frases, que permanece atual e se encaixa perfeitamente nesse tema: “O preço que os homens de bem pagam pela indiferença aos assuntos políticos é serem governados pelos maus.”

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